→ Estruturas Tubulares
HISTÓRIA
A
história da arquitetura brasileira se iniciou no período colonial, as
construções desta época eram feitas com madeira e barro, que estruturavam
as construções de taipa. Depois foi introduzido o tijolo cozido, pela
facilidade de manuseio e transporte, por se tratar de um material com
pouco peso. Nesta época estes eram os materiais mais abundantes e de mais
fácil utilização, pois, não tínhamos mão-de-obra qualificada para
execução das construções. Se a principio o tijolo foi utilizado porque
não dispúnhamos de pedra ou outros materiais artesanais adequados, com a
industrialização o processo de produção do tijolo foi facilitado e este
continuou a ser amplamente utilizado. A disponibilidade de matéria prima
abundante e barata, e facilidade do uso consagraram o tijolo como
material de construção dos brasileiros. O emprego do concreto armado para
estruturas segue no mesmo contexto. Surgiu como um material moderno e que
pode ser misturado na obra de forma artesanal com materiais baratos e
fáceis de serem encontrados; areia e pedrisco. Bruand,
2003, acredita que o êxito do concreto armado no Brasil não pode ser
explicado unicamente por razões econômicas, mas não duvida que estas teriam um papel decisivo. Além disso, a preparação do
concreto no próprio canteiro de obra não exige operários qualificados,
fato importante num país onde eles são escassos. Ainda no período
colonial o país já sabia da possibilidade do uso de metais, mas estes não
eram fundidos, tínhamos o metal, mas não o carvão ou petróleo em
quantidade suficiente para a fundição, além disso, as pessoas que sabiam
fundir o metal eram consideradas suspeitas de serem subversivas e se
tornavam vítimas de perseguições. As fundições de ferro só se instalaram
no país nos últimos anos do século XVIII (COSTA, 2001). Outro fator
importante para que a industrialização fosse atrasada foi a política
alfandegária que remonta do período imperial, que favorecia os interesses
dos Estruturas metálicas tubulares:
interface com projeto de arquitetura 20 grandes latifundiários
(cafeicultores), que exportavam seu café para o mercado norte americano e
europeu e em troca garantia a vinda de produtos industrializados para o Brasil.
Neste período o aço foi utilizado nas construções no Brasil, aço
importado que era empregado na estrutura e ficava encoberto ou nos
ornamentos, das construções. Costa, 2001, afirma
que eram importados edifícios inteiros de ferro pré-fabricado produzidos
na Europa, estes edifícios ficaram conhecidos como ‘arquitetura
metalúrgica’, Eram importados materiais para construção de teatros,
mercados, estações ferroviárias, elementos urbanos e também para
residências. As peças eram vistas como símbolo de progresso. Este quadro
só mudou depois da Primeira Guerra Mundial e da crise de 29,
a importação de qualquer
produto se tornou inviável, e a industria foi
obrigada a se desenvolver. A dificuldade de importação de materiais conhecidiu com o movimento da nova arquitetura que se
utilizou então do concreto armado, solução mais econômica na época. As
construções com estruturas metálicas não deixaram de existir, mas foram
restritas a casos especiais, onde seu emprego não poderia ser substituído
pelo concreto. Foi utilizado também como complemento das construções, em brises, esquadrias, estruturas de panos de vidro e
outras aplicações. De acordo com Dias, 1993, o inicio das industrias siderúrgicas no Brasil acontece em 1946 com
a construção da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN. Até então todas as
obras com estruturas metálicas feitas no país incluindo a CSN utilizavam
material importado. Em 1950 pela falta de tradição de uso de estruturas
metálicas a CSN teve dificuldade de comercializar seus produtos no
mercado interno. Seguindo a sugestão da USX – United
States Steel, a CSN instalou uma fábrica de
estruturas com a finalidade de consumir a própria produção de laminados e
incentivar o seu uso. Outras iniciativas também deram impulso ao uso de
perfis laminados em construção, uma destas iniciativas foi o início de
cursos de detalhamento de estruturas metálicas organizado por Roosevelt
Carvalho. Estruturas metálicas tubulares: interface com projeto de
arquitetura 21 Atualmente o mercado já conhece a estrutura metálica, mas
ainda resiste ao uso dos perfis tubulares de seção circular por ser um
perfil relativamente novo, foi inserida na Vallourec
& Mannesmann Tubes
do Brasil em 2000. Até esta data a produção de tubos da empresa V&M do Brasil era voltada para a indústria petrolífera
e não empregada em construções.
COSTA, C. T DA. O sonho e a Técnica - A
arquitetura de ferro no Brasil. 2 ed. São Paulo: Edusp, 2001. 199 p.
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