Tecnologias

Conheça 15 tecnologias para o tratamento do esgoto, 03 para disposição final do solo e 01 para tratamento do lodo. Todas estas Fichas fazem parte da publicação “Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas: referencial para escolha de soluções”.

Tecnologias para tratamento do esgoto

T01: Fossa Seca

Unidade de tratamento de dejetos humanos que não utiliza água para a descarga. Esta pode ser uma boa alternativa de tratamento simplificado para locais com escassez hídrica ou sem atendimento da rede pública de abastecimento de água. A fossa seca consiste em um buraco escavado no solo, sobre o qual é construído um piso e uma casinha que, além de proteger a fossa, aumenta o conforto para o usuário. O buraco que receberá as fezes e a urina pode ou não ser revestido. Como opções de revestimento, podem-se empregar concreto, alvenaria ou outros materiais disponíveis.


Ficha 1

T02: Banheiro Seco Compostável

Unidade de tratamento de dejetos humanos (apenas fezes) que não utiliza água para a descarga. Essa pode ser uma alternativa de tratamento simplificado para locais com escassez hídrica ou sem atendimento da rede pública de abastecimento de água.  O banheiro seco compostável, também conhecido como fossa de fermentação, consiste no confinamento das fezes em uma câmara impermeabilizada localizada abaixo do acento de evacuação. Além das
fezes, adiciona-se serragem a cada uso do banheiro, proporcionando condições para a compostagem do material armazenado. O resultado desse processo é um material rico em nutrientes que pode ser utilizado no cultivo de várias plantas. A urina pode ser coletada em um vaso separador ou mictório, devendo ser tratada isoladamente (ver Estocagem e Uso da Urina) ou juntamente com as águas cinzas (ver Sistemas Alagados Construídos; Círculo de Bananeiras; Vermifiltro).

Ficha 2

T03: Estocagem e Uso da Urina

A urina pode ser coletada e utilizada como fertilizante natural, contribuindo assim com o uso econômico da água e a ciclagem de nutrientes. Para isso, deve-se separar urina e fezes no momento de sua produção, deixando a urina estocada por tempo suficiente para o seu uso seguro em práticas agrícolas.


Ficha 3

T04: Sistemas Alagados Construídos (SAC)

Unidade de tratamento para águas cinzas ou para esgoto doméstico previamente tratado. Os sistemas alagados construídos (SAC), também conhecidos como “zonas de raízes” ou como wetlands (nomenclatura utilizada internacionalmente), são compostos por valas com paredes e fundo impermeabilizados, permitindo seu alagamento com o efluente a ser tratado. São pouco profundas (< 1,0m) e possuem plantas aquáticas ou macrófitas que atuam na remoção de poluentes, além de proporcionar a fixação de micro-organismos que degradam a matéria orgânica. Os SAC podem também possuir em seu interior material particulado (exemplo: brita, seixo rolado, etc.) como meio suporte para o crescimento de plantas emergentes.


Ficha 4

T05: Círculo de Bananeiras

Unidade de tratamento para águas cinzas ou tratamento complementar de esgoto ou águas de vaso sanitário. Consiste em uma vala circular preenchida com galhos e palhada, onde desemboca a tubulação. Ao redor são plantadas bananeiras e/ou outras plantas que apreciem o solo úmido e rico em nutrientes.

Ficha 5

T06: Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente Compacto

Unidade de tratamento para águas de vaso sanitário ou esgoto doméstico. O esgoto entra pela parte de baixo do reator, percorrendo internamente a unidade até a saída no topo. Esse fluxo ascendente faz com que o reator sempre esteja cheio de esgoto. Em seu interior há a formação de uma “manta de lodo” constituída por micro-organismos
soltos ou em pequenos grupos. Esse lodo decompõe a matéria orgânica sem a presença de oxigênio (degradação anaeróbia). No topo do reator, são colocados defletores (placas) que separam o líquido dos materiais sólidos e do biogás formado naturalmente pelo processo.

Ficha 6

T07: Fossa Verde ou Bacia de Evapotranspiração (BET)

A fossa verde ou bacia de evapotranspiração (BET) é um sistema de tratamento para águas de vaso sanitário que faz o aproveitamento da água e dos nutrientes presentes no esgoto. A BET pode ser dividida em três partes: um compartimento central para o recebimento e digestão inicial do esgoto, uma camada filtrante e uma área plantada onde ocorre a perda da água por evaporação do solo e transpiração das plantas, especialmente bananeiras. Outros nomes para o mesmo sistema são: tanque de evapotranspiração (Tevap), ecofossa, fossa verde, fossa biosséptica, biorremediação vegetal, fossa de bananeira, canteiro biosséptico.

Ficha 7

T08: Fossa Séptica Biodigestora (FSB)

A Fossa Séptica Biodigestora (FSB) é uma tecnologia criada pela Embrapa Instrumentação (São Carlos/SP) para o tratamento da água de vaso sanitário. É composta por três caixas conectadas onde ocorrem a degradação da matéria orgânica do efluente e a sua transformação em um biofertilizante. O sistema é capaz de atender uma casa de até 5 pessoas.


Ficha 8

T09: Tanque Séptico

Unidade de tratamento para água de vaso sanitário ou esgoto doméstico. O tanque séptico é formado por uma câmara que armazena o esgoto por um determinado período de tempo, proporcionando a sedimentação de material sólido e a flutuação de óleos e gorduras. Esses sólidos retidos no fundo formam o lodo do tanque séptico, que aloja os micro-organismos responsáveis pela degradação da matéria orgânica do esgoto.


Ficha 9

T10: Filtro Anaeróbico

Unidade de tratamento para água de vaso sanitário ou esgoto doméstico. O filtro anaeróbio é formado por uma câmara preenchida com material filtrante (exemplos: brita, seixo rolado, anéis plásticos, entre outros), que permite a fixação de micro-organismos responsáveis pela degradação da matéria orgânica. O filtro pode apresentar um compartimento inferior sem recheio (fundo falso), com a função de reter o lodo produzido, que também possui micro-organismos responsáveis pelo tratamento. Geralmente seu fluxo é ascendente (de baixo para cima). É recomendável que seja precedido de um Tanque Séptico.


Ficha 10

T11: Filtro de Areia e Vala de Infiltração

Unidades de tratamento de esgoto doméstico após passar por Tanque Séptico ou Filtro Anaeróbio. Os filtros de areia e valas de filtração são formados por uma camada superior de areia seguida de camadas de outros materiais filtrantes com partículas de maior tamanho (exemplo: pedrisco, brita ou seixo rolado). O tratamento ocorre pela filtração de partículas do esgoto e pela degradação da matéria orgânica por micro-organismos presentes na areia e demais materiais filtrantes.

Ficha 11

T12: Vermifiltro

Unidade de tratamento para água de vaso sanitário, águas cinzas, esgoto doméstico ou esgoto pré-tratado. O vermifiltro é dividido em duas partes. A parte de cima é formada por serragem, húmus e minhocas. A de baixo é formada por materiais filtrantes (ex: brita ou seixo rolado) divididos em camadas de diferentes granulometrias (tamanho das partículas). As minhocas fazem a degradação inicial da matéria orgânica, enquanto a decomposição mais refinada fica por conta dos micro-organismos que habitam todo o material de recheio do filtro. O vermifiltro possui a vantagem de acumular húmus de minhoca (vermicomposto) na camada superior, que pode ser retirado
manualmente e usado como fonte de nutrientes para adubação.

Ficha 12

T13: Biodigestor

Unidade de tratamento para água de vaso sanitário, esgoto doméstico, esterco fresco, restos de alimentos ou ainda a combinação de todos esses dejetos. O biodigestor é formado por uma câmara fechada onde acontece a digestão anaeróbia da matéria orgânica e por um gasômetro que armazena o biogás produzido. O biogás pode ser aproveitado como gás de cozinha, utilizando-se uma tubulação instalada na parte superior do gasômetro.


Ficha 13

T14: Reator Anaeróbico Compartimentado (RAC)

Unidade de tratamento para água de vaso sanitário ou esgoto doméstico. O reator anaeróbio compartimentado (RAC) é muito semelhante a um tanque séptico, porém possui múltiplas câmaras em série. Em cada câmara, o efluente de entrada é direcionado para o fundo do compartimento e a saída é feita sempre pela parte superior.
Isso permite que o esgoto tenha um maior contato com o lodo que se acumula no fundo de cada câmara. É justamente nesse lodo que se encontram os micro-organismos que degradam a matéria orgânica e purificam o esgoto.


Ficha 14

T15: Biossistema Integrado (BSI)

Sistema semi-coletivo para tratamento de águas de vaso sanitário ou esgoto doméstico. A primeira etapa desse sistema é o Biodigestor, seguido de Filtro Anaeróbio e/ou Sistema Alagado Construído. Pode ser integrado a sistemas produtivos com tanques de algas, peixes, plantas macrófitas e ferti-irrigação de árvores frutíferas.

Ficha 15

Tecnologias para disposição no solo do esgoto tratado

D01: Escoamento Superficial

Técnica de depuração e disposição final de esgoto pré-tratado que consiste na sua aplicação sobre uma superfície de um terreno vegetado de baixa inclinação (declividade).

Ficha 16

D02: Vala de Infiltração

Técnica de depuração e disposição final do esgoto pré-tratado em uma pequena vala escavada no solo, na qual é instalado um tubo perfurado envolvido com pedra britada. Após passar pelo tubo e leito de pedra, o esgoto é distribuído para infiltração no próprio solo.

Ficha 17

D03: Sumidouro

Técnica de depuração e disposição final de esgoto pré-tratado em um poço escavado no solo com formato cilíndrico ou prismático.

Ficha 18

 

Tecnologias para tratamento do lodo

L01: Leito de Secagem

Geralmente construído em formato retangular, é uma unidade simplificada para a desidratação dos lodos estabilizados removidos de tanques sépticos, filtros anaeróbios etc., já biodegradados, nos quais não há geração de odor.

Ficha 19