•      Home
  • Destaques

Publicado novo número da Revista Labor & Engenho, o terceiro número de seu nono ano


Cumprindo fielmente sua missão de difundir a engenharia e a ciência aplicadas ao desenvolvimento local sustentável, valorizando o trabalho (labor) e a inovação (engenho) resultantes da pesquisa acadêmica ou da experiência profissional, este número destaca a importância da gestão de pessoas e da participação da comunidade nos processos produtivos ou culturais que integram os sistemas territoriais através da conexão "Patrimônio, Paisagem e Desenvolvimento Regional”. Assim, 8 trabalhos de autores de 5 nacionalidades (Brasil, Colômbia, Argentina, México e Espanha) compõem a presente edição.



O artigo de Carlos Alberto Mariottoni (Universidade Estadual de Campinas) [Brasil] e Francisco Javier Cárcel Carrasco (Universidad Politécnica de Valencia) [Espanha] apresenta uma interessante pesquisa acompanhada de estudos práticos que tratam da gestão do conhecimento na engenharia industrial, particularmente no que se poderia denominar engenharia de manutenção. O artigo intitulado Mejora de la eficiencia industrial por la gestión del conocimiento en la Ingeniería del mantenimiento propugna por uma adequada gestão para se evitar nas empresas a ruptura do binômio informação-conhecimento.



Na sequência, os autores Ivan Felipe Silva dos Santos; Geraldo Lucio Tiago Filho; Regina Mambeli Barros e Helmo Lemos, da Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais [Brasil], salientam que a viabilidade de empreendimentos de geração hidrelétrica deve ser testada antes da construção dos mesmos, e para isto são necessárias estimativas de custo, que normalmente são construídas a partir de dados históricos. No artigo intitulado Ajuste e avaliação dos modelos agregados de estimativas de custo de PCHs no Brasil eles se propõem a analisar e comparar, por meio de gráficos e parâmetros estatísticos, três metodologias de estimativas de custo aplicadas ao cenário brasileiro, não com dados históricos, mas com os dados locais de custos de empreendimentos reais.



O terceiro artigo da presente edição leva a uma aproximação com setores do Patrimônio de Bogotá [Colômbia] desde a perspectiva da Paisagem Social. Tal visão se estrutura a partir do reconhecimento do sujeito social como um corpo que ocupa e transforma a paisagem, onde os conflitos sociopolíticos ligados às práticas urbanas e à paisagem como um sistema de representação social e metafórica configuram e dão sentido aos lugares habitados. O artigo intitulado Paisaje Social. Una propuesta de lectura para sectores patrimoniales en Bogotá de Alonso Gutiérrez Aristizábal (Universidad La Gran Colombia) abre a possibilidade de uma leitura transversal e holística dos setores de interesse urbanístico vulneráveis a conflitos de identidade.



Também da Universidad La Gran Colombia, as autoras do artigo intitulado La percepción y las formas de apropiación como indicador del concepto de Patrimonio. Caso Núcleos Fundacionales del Distrito Capital — Martha Cecilia Torres López; Marcela Riveros Alonso e Yeimi Paola Rodrígez Olaya — explicam que em 1954, a cidade de Bogotá passa a integrar os municípios de Usaquén, Suba, Engativá, Fontibón, Bosa y Usme, estes configurando-se como Distritos. Apesar de permanecerem como Núcleos Fundacionais declarados como Patrimonio Material Cultural Territorial, os municípios anexados não foram devidamente valorizados pela comunidade que os habita. Com o tempo acabaram perdendo seu significado histórico e cultural, evidenciando uma total falta de coesão entre eles e deles com o Distrito Capital, Bogotá, desde a sua conotação como Bem de Interesse Cultural.



Por julgar que é essencial considerar a visão dos cidadãos diretamente interessados nos projetos de desenvolvimento local e de desenho urbano, os autores mexicanos do trabalho intitulado Participación ciudadana, factor indispensable en la generación de proyectos de diseño urbano que dan respuesta a las necesidades de los usuarios en México — Flavio Alfredo Franco Muñoz e Oscar Luis Narváez Montoya (Universidad Autónoma de Aguascalientes) — ressaltam que sem a efetiva participação dos cidadãos organizados em suas comunidades nas etapas fundamentais dos projetos de desenho urbano, e nos diferentes aspectos de um bom planejamento urbano, dificilmente se conceberiam soluções adequadas ao contexto que se impõe.



O trabalho de David Francisco Llamosa Escobar (Universidad La Gran Colombia), intitulado El complejo temporal de la ciudad contemporánea apresenta uma interessante reflexão sobre a complexidade e a cidade. O texto compreende uma visão holística da cidade contemporânea a partir da complexidade derivada de sua relação com o tempo. A cidade em virtude das ações e acontecimentos promovidos pelos cidadãos se manifesta como um ente em que o espacial se inibe em favor do tempo fenomênico. Os traços operados por processos naturais, assim como as grafias e marcas provenientes da prática cultural, se manifestam como formas fractais, que por sua vez procedem dos “atratores caóticos” do universo complexo.



O artigo intitulado La cultura del trabajo como recurso para la cultura del ocio: activación turística de patrimonio minero-industrial en Argentina — de Aldo Ramos Schenck e Guilhermina Fernández Zambon (Universidad Nacional del Centro de la Província de Buenos Aires) — desenvolve o tema do uso dos recursos culturais produzidos por atividades minero-industriais e sua revalorização para o turismo e lazer na Argentina, expressando os tipos de projetos mais adequados e as problemáticas associadas a cada um. Se procede a uma análise do caso argentino, ressaltando as potencialidades e dificuldades para a ativação turístico-recreativa de alguns dos recursos ali existentes.



Por fim, a presente edição se encerra com o artigo intitulado Políticas e práticas de gestão de pessoas e suas relações com o absenteísmo: desafios ao desenvolvimento sustentável — de Marlette Cassia Oliveira Ferreira; Jussara Goulart da Silva; Flavio Santino Bizarrias; Juliana Barros Carvalho; Fernanda Maria S. Souza; Maurício Hirata França; Marli de Souza Gonçalves (Universidade Nove de Julho) — em que os autores se propõem a analisar as relações entre as políticas e práticas de gestão de pessoas, o senso de justiça e o absenteísmo na área da produção, em um cenário de constante busca de maior qualidade de vida, a partir de um amplo levantamento de dados primários através de Survey aplicados a 90 colaboradores da área de produção numa empresa de médio porte na cidade de São Paulo, submetidos a uma modelagem de equações estruturais. Um trabalho interessante por tratar de aspectos presentes na maioria das empresas brasileiras de médio porte.



André Munhoz de Argollo Ferrão


Universidade Estadual de Campinas / Rede Conpadre — Brasil