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Método identifica perda de água na rede


Monitoramento conseguiu evitar desperdício anual
de 800 mil metros cúbicos em São Paulo



Método implantado para identificar as perdas físicas de água, proposto pelo tecnólogo em construção civil Aldo Roberto Silva Diniz, conseguiu economizar 800 mil metros cúbicos de água em um ano na rede de abastecimento do setor Casa Verde, na zona norte da cidade de São Paulo. Isto significa uma redução de quase metade do total anual de perdas desta região, que correspondem a cerca de dois milhões de metros cúbicos. “É um volume considerável, pois equivale ao abastecimento de aproximadamente 12 mil residências por 40 dias”, estima Diniz.


Segundo o tecnólogo, os vazamentos em redes de abastecimento são um problema sério para as companhias. Calcula-se que, no Brasil, as perdas com faturamento atinjam em torno de 40% do volume total inserido no sistema, sendo aproximadamente a metade originada pelas perdas físicas. Por outro lado, a população também sofre com a interrupção do abastecimento causada pelos vazamentos. Aldo Diniz faz parte do quadro funcional da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e, assim, pôde desenvolver um estudo de caso na Região Metropolitana de São Paulo.


A proposta consta da dissertação de mestrado apresentada por Diniz na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), sob orientação do professor José Gilberto Dalfré Filho. A ideia, segundo ele, é unir dois métodos de balaço hídrico com as modernas tecnologias para detecção dos vazamentos para um controle estatístico das perdas físicas. O sistema permite localizar os pontos de vazamentos não visíveis nos reservatórios, bem como traçar um perfil do tipo de perda que pode ocorrer na rede de abastecimento. “A partir da avaliação utilizando este método é possível priorizar as ações de combate”, esclarece.


Os resultados foram aferidos utilizando o software gratuito Water Audit 4.0, que possibilita manter um monitoramento e identificar a proporção das perdas e a ação mais eficaz a ser implantada. “Trata-se de um dos principais desafios para as companhias”. Isto porque os vazamentos não visíveis são difíceis de serem detectados, embora ocorram com frequência por conta da degradação natural ou mesmo por causas externas como, por exemplo, eventuais impactos sofridos por transporte de carga, que podem danificar as tubulações. Neste sentido, a nova abordagem consiste em um modelo a ser adotado, principalmente, em áreas densamente povoadas.


O estudo de caso realizado nos 84 quilômetros de redes de distribuição do setor Casa Verde permitiu ainda identificar elementos que pudessem ser aproveitados para o planejamento na troca de tubulações. “A região é estratégica, pois, além de possuir um alto volume de perdas físicas, apresenta indicadores de cerca de 480 litros por ligação por dia”, explica. Outro fator que contribuiu para a escolha da região foi o fato de as tubulações serem consideradas antigas – algumas com mais de 70 anos – e, portanto, possuírem um nível de degradação já avançado. “A substituição de parte dos encanamentos seria fundamental para a avaliação final do método e para fazer um diagnóstico eficiente do custo-beneficio”, destaca.


Publicação


Dissertação: “Avaliação do controle de perdas físicas em redes de distribuição de água na RMPS”
Autor: Aldo Roberto Diniz Silva
Orientador: José Gilberto Dalfré Filho
Unidade: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC)